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terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Exóticas e Delíciosas


 
Exóticas e deliciosas
Mangostim, physalis, ingá... Com nomes e sabores incomuns, descubra as frutas brasileiras que hoje encantam consumidores e gourmets
 
POR LETICIA ROCHA
FOTOS: RICARDO D’ANGELO
PRODUÇÃO: CRISTINA ESQUILANTE

Mangostim, physalis, ingá, abil, noni, granadilha, pytaia, urvalha. À primeira vista, pode parecer apenas um amontoado de nomes estranhos. Mas, na verdade, a lista é só uma amostra da variedade de frutas disponível hoje no mercado. E o melhor, grande parte das frutas é genuinamente brasileira. Sabores novos, que, pouco a pouco, quebram as fronteiras de um país tão vasto, desbancam o conceito de exóticas e ganham o consumidor.

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“Exótica é pera, maçã, que não são nativas do Brasil”, defende o incansável chef Paulo Martins, do Lá em Casa, em Belém (PA), idealizador do Festival Gastronômico do Ver-o-Peso da Cozinha Paraense e considerado o embaixador dos produtos da Amazônia mundo afora. E é justamente a região Norte, o grande celeiro de frutas regionais do país. O Mercado Ver-o-Peso, na capital paraense, tem fama mundial por ser um entreposto de abastecimento da região e recebe dia e noite barcos que chegam com produtos do rio e da floresta.

Do complexo, que abriga não só o mercado, mas barracas de artesanato, ervas medicinais e a maior feira ao ar livre da América Latina, essa instigante mistura de cores, cheiros e produtos segue sua rota. E graças a uma logística apurada, produtos tão rústicos chegam aos quatro cantos do país e até ao exterior. É o caso do Natural da Terra, com cinco lojas na capital paulista, que conta com uma seção especialmente dedicada aos novos sabores e que, ao todo, oferece aos clientes, cerca de 30 variedades. A seleção traz, além das iguarias amazônicas, como cupuaçu e graviola, frutas típicas de todo o país, como a pernambucana fruta-pão e o baiano jambo. E não é só isso.

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Nas prateleiras, há espaço ainda para as tão celebradas frutas importadas, como pitaya e physalis, sem falar nas frutas vermelhas. Tais especialidades, nativas de outros países, conquistaram tanto o Brasil que muitos produtores investiram em seu cultivo. É o caso da Fazenda Baronesa Von Leithner, em Campos do Jordão (SP), especializada na plantação das berries, as tais frutinhas vermelhas como framboesa, amora e mirtilo. A plantação está instalada na antiga propriedade do barão Otto Von Leithner, um suíço que, no início do século, mudou-se para o Brasil e segundo registros históricos trouxe consigo na bagagem as primeiras mudas de frutas vermelhas.

“As plantas adaptaram-se muito bem, porque a região da Serra da Mantiqueira se assemelha ao clima europeu, com terras altas e clima frio”, explica Rodrigo Veraldi Ismael, consultor agronômico da propriedade, que, desde então, não parou mais de produzi-las. Claro que os tempos mudaram, as terras passaram por várias mãos, e hoje o que se vê é um complexo gastronômico. Com 266 hectares, seis são destinados para a produção de frutas, matéria-prima que abastece as demais atividades: fábrica artesanal de geleias, os dois cafés e um restaurante.

De lá, saem pratos que comprovam que as frutas são mais do que versáteis, com receitas que vão muito além de sobremesas. A última invenção da chef Melissa Massoti foi um festival temático de mirtilo, que nada mais é do que a conhecida “blueberry”. E por falar em frutas vermelhas, a rota de produção se estende pelo país. Segundo Luiz Eduardo Antunes, pesquisador da Embrapa Clima Temperado, sediada em Pelotas (RS), unidade focada em projetos para a região, o principal produtor de frutas vermelhas do país é o Rio Grande do Sul. Há alguns polos de destaque em algumas regiões de Santa Catarina, Paraná e Minas Gerais.

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