Que tal pensar em como seus hábitos alimentares podem beneficiar o equilíbrio do planeta?
Idealizado pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, sob a curadoria de Celso Freire, o movimento Gastronomia Responsável convida chefs de cozinha a criarem pratos com princípios que unem alta gastronomia e conservação da natureza.
Princípios:
Utilizar ingredientes orgânicos
Conceito
A produção orgânica contempla todo um sistema produtivo ambientalmente correto e, por isso, consegue se sustentar fazendo uso racional dos recursos naturais. Os alimentos são produzidos da maneira mais natural possível e, por não contemplar o uso de insumos químicos, fertilizantes e pesticidas, evita a contaminação do solo e dos recursos hídricos.
Dica: Você sabia que a partir de 31 de dezembro de 2010, todo produto orgânico brasileiro, exceto aqueles vendidos separadamente pelos agricultores familiares, levarão selo do Sistema Brasileiro de Avaliação de Conformidade Orgânica (Sisorg).
Dica: Você conhece o hotsite do Ministério da Agricultura sobre orgânicos, aqui.
Você sabe onde encontrar orgânicos em Curitiba, aqui.
Ingredientes orgânicos
O produtor orgânico respeita as relações sociais e culturais, não cultiva transgênicos e tem cuidado especial para não destruir e nem desgastar o solo. Também valoriza a biodiversidade: não desmata irregularmente novas áreas naturais para convertê-las em pastagens ou plantações; e cumpre a legislação ambiental, o que garante a proteção das áreas naturais obrigatórias que devem existir dentro de uma propriedade rural, tais como as matas nas beiras dos rios. A manutenção dos ciclos ecológicos garante não só a vida no planeta, mas também, a curto e médio prazos, as próprias atividades econômicas. Ao manejar adequadamente sua propriedade, sem destruir recursos naturais e ainda preservando parcelas de áreas naturais, o produtor rural possibilita que a natureza propicie a ele e a toda a sociedade importantes serviços ecossistêmicos, como o controle de pragas, e aumento da polinização e da produtividade de algumas culturas. Também ajuda a preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora e proteger o solo.

Não utilizar espécies ameaçadas (vulnerável, em perigo e criticamente em perigo) e quase ameaçadas de extinção.
Conceito
Evite utilizar alimentos produzidos a partir de espécies ameaçadas ou quase ameaçadas de extinção, ou seja, aquelas com alto risco de desaparecimento na natureza em futuro próximo, como o palmito, extraído do palmiteiro-juçara e a castanha da castanheira-do-Brasil. Também tenha o cuidado de utilizar alimentos escassos, prefira quando estiverem na sua época.
DICA: Você sabia que muito dos alimentos que consumidos podem estar ameaçados de extinção? O Ministério do meio Ambiente disponibiliza, uma lista para fauna e flora. Acesse.
DICA: O Centro Universitário Monte Serrat criou o “Guia de Consumo Responsável de Pescados. Classificando-os em “espécies abundantes”, “espécies com abundância ameaçada”, “espécies próximas à extinção” e “espécies proibidas para consumo”.Acesse.
DICA: confira também no site do Ibama espécies aquáticas ameaçadas de extinção.
Produtos que não estão em extinção
A mesma orientação é válida para os recursos pesqueiros sobreexplotados, isto é, aqueles que estão sendo capturados numa quantidade e freqüência que superam a capacidade de essas espécies se recomporem naturalmente. Alguns exemplos são o camarão-rosa, atum e a tainha. Outro cuidado importante é comprar apenas pescados que respeitaram os tamanhos mínimos de captura e os períodos de defeso, quando a pesca é proibida. Utilize espécies ameaçadas ou quase ameaçadas apenas se tiver comprovação da origem responsável, isto é, se for produto manejado, cultivado ou criado. Exclua de sua cozinha os produtos resultantes de extrativismo ilegal, retiradas diretamente da natureza sem qualquer controle. Se o consumo de espécies ameaçadas continuar num ritmo desenfreado, esses recursos podem desaparecer acarretando impactos negativos para todo o ecossistema. A terceira edição do Panorama Global da Biodiversidade (GBO-3), divulgado em maio de 2010 e produzido pela Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) das Nações Unidas, afirma que espécies de aves e mamíferos utilizadas para alimentos e medicamentos estão, em média, enfrentando um maior risco de extinção do que as espécies como um todo, por meio de uma combinação de sobreexplotação, perda de habitats e outros fatores.

Utilizar produtos regionais para diminuir a emissão de CO2
proveniente do transporte.
Conceito
Os alimentos produzidos nas proximidades do local da compra e/ou consumo não precisam ser transportados por longa distância e, por isso, a emissão de gases responsáveis pelo aquecimento global é menor e diminui a necessidade de embalagens e energia para estocá-los.
DICA: Produtos Regionais e da estação: Já pensou em priorizar produtos locais, aqueles que são nativos de sua região. Ou ainda comê-los de acordo com a sazonalidade
DICA: Regionais cultivados nativos: Existem muitos cultivos de abelhas, camarão e ostras, por exemplo, com espécies exóticas. A maior parte do mel consumido no Brasil é produzido a partir de abelhas africanas. Experimente criar receitas com mel de abelha nativa. Você sabia que espécies exóticas invasoras são consideradas a segunda maior causa de perda de biodiversidade.
DICA: Produtos Regionais e da estação: Já pensou em priorizar produtos locais, que são produzidos a até 200 km da sua cidade, ou seja aqueles que são nativos de sua região? Ou ainda consumi-los de acordo com a sazonalidade?
Produtos Regionais
Além disso, o deslocamento em longas distâncias de alimentos que exigem refrigeração acarreta aumento no consumo de energia. Em outros casos, ou é necessário adicionar aditivos ou fungicidas para aumentar a durabilidade do produto; ou as embalagens precisam ser mais robustas; ou há mais perdas de alimentos. Para que possam ser transportadas por períodos longos, as frutas e verduras, por exemplo, são colhidas antes de madurarem, podendo perder qualidade, aroma e sabor.
As duas principais fontes de emissões de gases efeito estufa causadas pelos homens são a queima de combustíveis fósseis e o desmatamento das regiões tropicais como a Amazônia.
O Brasil está entre os cinco maiores emissores de gases do efeito estufa. Embora as emissões brasileiras provenham especialmente dos desmatamentos e das queimadas, a queima nacional de combustíveis fósseis também dá a sua contribuição. A queima de petróleo, gás natural e carvão mineral ocorre principalmente pelo setor de produção de energia (termelétricas), industrial e transporte (automóveis, ônibus e aviões, etc.). Alimentos produzidos localmente têm reduzida a quantidade de energia necessária para seu cultivo e transporte e, por isso, evitam a emissão de gases.

Conceito
Utilize nas receitas as partes não convencionais de ingredientes, tais como cascas, talos, folhas e sementes, normalmente descartadas. Quanto melhor os alimentos são aproveitados, menor é a necessidade de produção e a quantidade de matéria-prima retiradas da natureza. Com o aproveitamento integral, também se contribui para gerar menos resíduos.
DICA: Para gerar menos lixo, evite produtos muito embalados e dê preferência para comprá-los a granel.
DICA: É muito importante o uso racional da água e das fontes de energia, para não gerar desperdícios. Já pensou em uma iluminação mais eficiente, ou ambiente que não exija ar condicionado? Promova jantares à luz de vela! Cozinha não utilizando o fogo alto, o fogo brando gasta menos gás e pode deixar o alimento mais saboroso.
Receitas sem desperdícios
A biodiversidade é a fonte primária para alimentos e é a base das atividades agrícolas, pecuárias, pesqueiras e florestais. Para manter essas atividades produtivas, sempre há impacto sobre a biodiversidade, por mais que ele seja minimizado ao máximo. Plantações e pastagens, por exemplo, utilizam solos convertidos, que uma vez já abrigaram florestas ou outras áreas naturais. Quando mais recursos são desperdiçados, tanto a mais é preciso tirá-los da natureza. Como o patrimônio natural é finito, o consumo exagerado da sociedade moderna tem sido o principal motor de pressão sobre a biodiversidade. A população mundial cresceu 2,2 vezes nos últimos 50 anos, mas a expansão do consumo no mesmo período foi seis vezes maior, segundo o relatório Estado do Mundo 2010, lançado em julho publicado pela ONG americana Worldwatch Institute (WWI), que compila dados sobre a situação dos recursos naturais no mundo. Atualmente, consome-se cerca de 25% a mais de recursos do que a natureza consegue repor, o que começa a esgotar os recursos naturais e interferir nos processos de renovação da natureza.
O Site da Gastronomia responsável disponibiliza receitas sustentaveis também confiram:
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